quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O meu Bairro -- Barbearia Londres

Quando mudámos de Alverca para Lisboa, em 1972, tinha um “problema” para resolver: Onde vou agora cortar o cabelo? Fiz várias experiências, sem acertar com o que me convinha. Recordo-me que numa das casas que ensaiei – uma barbearia perto da Praça do Chile, que já não existe – me perguntaram se eu queria, depois do corte, fazer uma massagem para revigorar o cabelo. Eu, que não sabia exactamente de que se tratava, anuí. A certa altura vi-me com uma toalha enrolada à cabeça, à espera não sei de quê. Então? perguntei. É necessário aguardar cinco minutos para fazer efeito, disseram-me. Desconfiado, olhei para o espelho e pareceu-me ver um berbere do outro lado… Só em casa me apercebi de que o meu cabelo tinha mudado de cor!

Srs. Monteiro, Ilídio e Jorge (por esta ordem) e D. Graça + frente da Barbearia Londres 
Um dia, a caminho da Pastelaria Mexicana, entrei na Barbearia Londres, situada na Avenida Manuel da Maia (próximo da Praça de Londres). O ambiente agradou-me. Com o passar do tempo fui vendo confirmadas as minhas primeiras impressões: a casa é servida por profissionais muito afáveis e competentes. Não surpreende, pois, que grande parte dos frequentadores sejam clientes antigos, que são cumprimentados calorosamente, mas sempre de forma respeitosa.  

O Sr. Jorge e seu Pai, Sr. Ilídio, proprietário da Barbearia Londres
Sou cliente da Barbearia Londres há quase trinta anos. Certamente por isso, quando perguntei ao Sr. Ilídio, o proprietário, se ele concordava que eu tirasse umas fotografias para o meu blogue pessoal, ele concedeu simpaticamente: Com certeza, esta Casa é sua… e há muitos anos!

Sr. Monteiro e D. Graça
Uma palavra para os restantes membros da equipa. O Sr. Monteiro é o profissional que me corta o cabelo, é aquele de quem posso dizer que é "o meu barbeiro” (o Sr. Monteiro é tão simpático que até tem o cuidado de me mostrar o resultado do seu trabalho com o espelho auxiliar inclinado de modo a que eu não veja o desgaste capilar originado pela idade…). A D. Graça é uma Senhora com um sorriso fascinante que sabe cativar os miúdos (um dia cortou o cabelo ao meu neto Hugo, de férias em Portugal, e no fim apresentou-lhe um frasco com rebuçados coloridos para que ele escolhesse um…). O Sr. Jorge, filho do Sr. Ilídio, é o mais jovem e, atrevo-me a dizê-lo, o mais “intelectual” do grupo (parece-me um assíduo leitor de bons livros, com os quais aproveita os tempos livres).

O Sr. Monteiro em acção... tratando da cabeça de um cliente meio adormecido...


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