segunda-feira, 30 de abril de 2012

Recordando o irrepetível primeiro 1.º de Maio

Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Os acontecimentos sangrentos ocorridos nos primeiros dias de Maio desse ano passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Em 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.

Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia. Nessa época o 1.º de Maio era uma data tabu. Não apenas não se festejava como qualquer alusão a ela era considerada suspeita. Qualquer reunião ou ajuntamento que acontecesse, até por acaso, no dia 1.º de Maio, era assinalada pela PIDE.

Assim, pode imaginar-se o que foi o 1º de Maio de 1974! Da Alameda ao Estádio do INATEL (que se passou a chamar 1.º de Maio) a multidão era tal que quase nem se podia avançar. Foi a verdadeira Festa da Liberdade e da Esperança. Foi uma autêntica Festa Popular. Irreprimível, incomparável e irrepetível. Eu estive lá.

Porto, 1.Maio.1974

Lisboa, 1.Maio.1974


cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Trabalhador

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