segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Maria João Petisca, ou Coincidências e acasos

A internet proporciona coincidências e acasos curiosos, em que inesperadamente nos cruzamos com pessoas que não conhecemos, em consequência de factos que acontecem fortuitamente. Foi assim que tive o prazer de saber da existência de Maria João Petisca.

1. No passado dia 3 de Dezembro, publiquei um post de homenagem ao Doutor J.L. Nunes Petisca – ilustre chamusquense que foi um insigne Patologista, fundador de uma autêntica Escola Portuguesa de Anátomo-Histopatologia Veterinária – que tive a privilégio de conhecer (ver aqui).

2. Dois dias depois, enviei um e-mail ao filho mais velho, José Joaquim Nunes Petisca – que não conheço pessoalmente e cujas coordenadas obtive através de pessoa amiga residente na Chamusca –, dando-lhe conhecimento de que o post havia sido colocado no blogue. A ideia era simplesmente informar os familiares do doutor Nunes Petisca, certo de que gostariam de saber. Soube depois que, por qualquer razão desconhecida, o e-mail não chegou ao destino.

3. A 19 de Janeiro verifiquei (através do sitemeter) que alguém residente em Rhode Island (E.U. América) tinha estado no meu blogue durante alguns minutos e lera o dito post. Achei o facto curioso e surpreendente...

4. No dia seguinte recebo uma mensagem do filho do doutor Nunes Petisca com a “chave” do enigma. O conteúdo do e-mail era mais ou menos assim: Desde o seu telefonema acerca do meu pai, em que me informou que iria publicar um artigo no seu blogue, nunca cheguei a receber qualquer informação. A minha filha, que se encontra nos EUA a trabalhar, enviou-me ontem o endereço do post que tinha encontrado por acaso numa pesquisa que fez.

5. Foi assim que tive conhecimento da existência de Maria João Petisca, neta do doutor Nunes Petisca!


6. A Maria João dos Santos Nunes Petisca é uma distinta especialista em conservação e restauro. Do seu curriculum vitae consta o seguinte:
Em 2009 concluiu o Mestrado em Artes Decorativas da Universidade Católica Portuguesa com o tema de dissertação “A laca de Cantão: um estudo sobre biombos chineses de exportação nos séculos XVIII e XIX”. Antes, em 2001, concluíra a Licenciatura Bietápica em Conservação e Restauro, variante Tecnologia, pela Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar.
Participou no 9th International Course on Conservation of Japanese Lacquer, organizado pelo ICCROM e pelo Tokyo National Research Institute of Cultural Properties, em Setembro de 2009.
Foi bolseira de investigação na Phillips Library do Peabody Essex Museum, em Salem, Massachussets (E.U. América), em Setembro de 2008, com o objectivo de preparação da dissertação para o Mestrado de Artes Decorativas.
Desde 2011 até ao presente é Assistant Conservator na Preservation Society of Newport County no projecto de conservação de painéis chineses lacados que decoram a Breaksfast Room na mansão Elms em Newport, Rhode Island. O trabalho consiste no estudo e tratamento de quatro painéis em laca oriental e três que combinam laca oriental e técnicas de imitação ocidentais.
Entre 2009 e 2011 foi bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, a desenvolver um projecto de investigação sobre lacas chinesas de exportação, na secção de mobiliário do Departamento de Conservação do Instituto dos Museus e da Conservação, Lisboa.
Entre 2004 e 2009, (a) Trabalhou como conservadora-restauradora de mobiliário com incidência em móveis lacados em peças de proveniência particular e de instituições. (b) Foi colaboradora da empresa Archeofactu (Arqueologia e Arte Lda.) na área de madeiras, em intervenções como: Conservação do acervo do Laboratório Químico do Museu da Ciência em Lisboa, e Conservação do acervo do Museu de São Roque, Lisboa. (c) Leccionação do módulo de Conservação Preventiva de Mobiliário no âmbito do Mestrado de Conservação Preventiva de Bens Culturais da Universidade Católica Portuguesa.
Entre 2002 e 2004, trabalhou na secção de Mobiliário do Departamento de Conservação do Instituto Português de Conservação e Restauro, integrando o projecto “Estudos e Investigações sobre o Património Móvel e Integrado” do Plano Operacional da Cultura.
É autora de várias publicações e comunicações.

7. Finalmente, há mais duas coincidências curiosas a assinalar, neste caso no tocante à colaboração de Maria João Petisca com a empresa Archeofactu – Arqueologia e Arte Lda. na área das madeiras:
(1) A referência à Conservação do acervo do Laboratório Químico do Museu da Ciência em Lisboa trouxe-me à memória as aulas práticas de Análise Química que tive neste Laboratório na segunda metade da década de 1950, era então professor desta disciplina o doutor A. Pereira Forjaz.
(2) A referência à Conservação do acervo do Museu de São Roque, Lisboa, fez-me lembrar que este Museu está integrado na Santa Casa da Misericórdia, de que é secretária-geral a minha afilhada de baptismo, Maria Helena Oliveira. Fui consultar o livro “Museu de São Roque” (2.ª edição, Lisboa, Dezembro 2008), que ela me ofereceu, e lá fui encontrar os dois nomes associados: A Maria Helena Oliveira como coordenadora geral do Catálogo e a Maria João Petisca como participante em intervenções de conservação e restauro de mobiliário…

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