terça-feira, 10 de novembro de 2015

Caminhos há muitos, portadores de futuro há poucos


 

José Vítor Malheiros - PÚBLICO, 10.Out.2015


[...] O acordo da esquerda é uma esperança porque ele esboça de novo um programa que defende os direitos de todos contra os privilégios de alguns, o bem-estar de todos contra a ganância de alguns, a liberdade de todos contra os abusos de alguns, a igualdade de todos contra as prerrogativas de alguns, a solidariedade de todos contra o egoísmo de alguns.

Sabemos que os tempos que se avizinham serão difíceis. Um governo que defenda estes princípios será atacado por todos os interesses, por todos os privilegiados de todos os privilégios, por todos os preconceitos, por todos os rancores. Sabemos que as primeiras frentes de ataque se concentrarão nas frestas existentes entre os vários signatários, tentando desfazer o seu acordo, ampliar diferenças, acicatar rivalidades, difundir intrigas, comprar traições. Sabemos que o acordo que hoje celebramos tem fragilidades porque acabou de nascer e porque vai ter de ser reconstruído dia-a-dia pelos seus autores, numa prática quotidiana de debate que confronte todas as diferenças sem perder de vista os grandes objectivos. [...]

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